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Celebramos hoje o 15.º Aniversário da ULG – Universidade Lusófona da Guiné.
Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Vossa presença nesta Cerimónia que é tão importante para Nós e para a Guiné Bissau.
Ao preparar a minha intervenção tive como preocupação abordar temas de interesse para as Nossas Diplomadas e para os Nossos Diplomados, para a Nossa Universidade e para o Nosso Grupo e, naturalmente, para o País onde se encontra estabelecida esta Instituição de Ensino Superior, membro da rede de Estabelecimentos do Grupo Lusófona, que como todos sabem, tem Colégios, Escolas de Formação Profissional, Institutos Politécnicos e Universidades, em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
Imaginem como me sinto por poder partilhar a Alegria das Nossas Alunas e dos Nossos Alunos.
Este Dia e aquilo que significa para cada um de nós está gravado na nossa memória e é a recordação de um Momento que ganhou na nossa vida o direito à imortalidade.
Ao estar aqui recordo o dia em que recebi o meu Diploma e a lembrança daquela jornada permanece bem nítida, bem como, os propósitos a que me propus em relação ao meu futuro.
Tenho plena certeza que cada uma das Nossas Diplomadas e dos Nossos Diplomados em Administração E Gestão De Empresas, Ciências De Educação, Comunicação Organizacional, Direito, Economia, Enfermagem Superior, Engenharia Informática, Gestão De Recursos Humanos, Jornalismo, Serviço Social E Sociologia idealizou este momento desde o primeiro dia de aulas. Projetou o futuro profissional desde que escolheu o Curso que queria frequentar e elegeu a área científica em que se queria capacitar quando preferiu no ensino secundário um ramo em detrimento do outro.
Em todos estes dias, semanas, meses e anos estiveram sempre confrontados com duas possibilidades: serem bem-sucedidos ou fracassarem.
Hoje quero falar-vos do Falhanço.
Podemos começar por tentar definir o que é o Falhanço e enumerar todas as vezes que já fracassámos. Esse exercício já o fizemos todos diversas vezes ao longo da Nossa Vida e parece-me desnecessário falar disso hoje.
No entanto, é essencial que percebamos porque escolhi o Dia da Universidade Lusófona da Guiné Bissau para o fazer.
Como calculam participo em Cerimónias semelhantes a esta noutros países onde estamos sedeados e portanto já poderia ter ensaiado estas ideias noutra Cidade dum outro Estado.
Mas não o fiz porque é aqui que faz sentido.
Em momentos diferentes ouvimos órgãos de comunicação social e Organizações Internacionais mencionarem que a Guiné Bissau é um Estado Falhado e que as suas cidadãs e os seus cidadãos estão destinados à pobreza e a um futuro incerto e inglorioso. Justificam estas afirmações com um conjunto de dados estatísticos que supostamente confirmam a natureza de Estado Falhado.
No entanto, sabemos que a Guiné Bissau não é um Estado Falhado.
As Mulheres e os Homens guineenses nunca fizeram a vontade aos arautos da desgraça e são a prova do que “o que não nos mata torna-nos mais fortes”.
A confirmação que a Resiliência é uma das características de todas e de todos aqueles que nasceram neste país ou que o escolheram para viver e trabalhar!
Nós escolhemos este País para criar uma Universidade que vai no seu décimo quinto ano de vida e que muitos já vaticinaram ao fracasso.
A Resiliência enforma o Nosso Projeto Educativo.
A Universidade Lusófona da Guiné Bissau também não desistiu. Não se conformou.
A Universidade Lusófona da Guiné Bissau é uma vencedora! Com o seu corpo docente que é constituído por dez doutores, noventa e dois Mestres e cento e três licenciados; como seu corpo técnico e auxiliar que é constituído por quarenta e dois colaboradores e com o seu corpo discente que é constituído por três mil oitocentos e quarenta e seis estudantes.
Mas então porque é que nos afastámos do fracasso? Porque é que colectivamente e individualmente não fomos derrotados?
Porque definimos estratégias e sabemos que a vitória, o sucesso de que há pouco falava é a única alternativa.
Aqui. Connosco. Com a Guiné Bissau. Com a Universidade Lusófona da Guiné Bissau.
Hoje celebramos a Vossa vitória! Que é Nossa! Hoje a Guiné Bissau passa a contar com mais Recursos Humanos qualificados! Com mais Homens e Mulheres disponíveis para alinhar nas Trincheiras do Conhecimento.
Portanto, hoje é o Dia de dar os Parabéns aos 924, novecentos e vinte e quarto, licenciados que já foram formados pela Universidade Lusófona da Guiné Bissau, assim distribuídos por curso e género:
Permitam-me que neste abraço envolva o Nosso Magnifico Reitor, Professor Doutor Rui Jandí, o Administrador, Engenheiro António Montenegro Fiúza (que infelizmente não pode estar presente), o Administrador Adjunto, Engenheiro Luís Colaço e o Professor Joãozinho Vieira Có,
A Senhor Presidente do Grupo Lusófona, Prof. Doutor Manuel de Almeida Damásio, que infelizmente não pode estar presente nesta importante Sessão Solene do Dia da ULG e que me pediu que o representasse enviamos as Nossas melhores Felicitações e votos de que volte rapidamente a pisar a Terra da Guiné Bissau!
Os nossos agradecimentos sinceros, e a todos os Altos Dirigentes da República da Guiné-Bissau que nos honram com a sua presença e assim nos dão mais ânimo para alcançarmos os objetivos da ULG, que são nossos e de todos os guineenses.
Para nós assume papel de grande relevância o dia de aniversário de qualquer um dos Estabelecimentos do “Grupo Lusófona” e hoje é o Dia de grande significado para a nossa Universidade.
Uma ultima palavra para as Famílias que hoje celebram aqui a um momento muito especial. Com um esforço incomensurável conseguiram ao longo deste anos poupar para que as suas filhas e os seus filhos pudessem concluir os respectivos Estudos. Pudessem honrar todas e todos aqueles que tombaram em prol da Pátria para que eles conseguissem ter um País, o seu País. Hoje elas e eles estão prontos a concretizar um dos objetivos de Cabral ““pensar para agir e agir para melhor pensar” que nos dizia que “ a nossa própria realidade não pode ser transformada a não ser pelo seu conhecimento concreto”.
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Antes de terminar quero deixar um desafio às autoridades guineenses.
Como estarão recordados no ano passado tive a oportunidade de Vos anunciar duas grandes alterações legislativas em Portugal – o Decreto-Lei nº 36/2014, de 10 de março, relativo ao Regulamento do Estatuto do Estudante Internacional e do Decreto nº 10/2014, de 25 de março, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, relativo ao “Acordo sobe a concessão de visto para Estudantes Nacionais dos Estados membros da CPLP”.
Nesse sentido, durante o corrente ano letivo, as Instituições do Grupo Lusófona em Portugal têm estado a reorganizar-se para receber Estudantes Internacionais a partir de Setembro de 2015 – início do ano letivo 2015/2016.
Todo o nosso Corpo Docente adquiriu competências em língua inglesa e reestruturámos os Cursos que têm mais procura no Mercado do Conhecimento Global.
Mais uma vez abre-se à Guiné Bissau uma janela de oportunidade – a possibilidade das Instituições de Ensino Guineenses receberem Estudantes da CPLP, um Programa que poderia ser o ERASMUS da CPLP, e que urge, visto que a Declaração de Fortaleza tarda em ser uma realidade, e da concretização dum sonho – receber na Universidade Lusófona da Guiné Bissau alunos estrangeiros, da esfera da CEDEAO, com cursos leccionados em inglês e francês (e claro no crioulo!).
Nós estamos preparados!
Às autoridades da Guiné Bissau cabe a criação do Enquadramento Legal e Institucional.
Temos a certeza de que existe Vontade! Por isso é que estamos aqui hoje!
Porque há quinze anos atrás houve vontade por parte das Autoridades da Guiné Bissau de dar corpo à Nossa ânsia de trazer o Ensino Superior para o País!
Como é fácil de constatar ninguém deixou o Fracasso Ganhar. Aqui os Vencedores somos TODAS E TODOS NÓS!
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Relativamente ao ano transato e antes de concluir, é com muita alegria que anuncio uma evolução positiva da Nossa Instituição:
1.º – Corpo Discente (por curso)
2.º – CORPO DOCENTE
3.º – outros Colaboradores
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Em jeito de conclusão, quero vos dizer de forma frontal que o “Grupo Lusófona” continua a acreditar na Guiné-Bissau!
A Guiné-Bissau continua a contar com o “Grupo Lusófona” para a capacitação dos recursos humanos e para a consolidação do Processo Democrático e o aprofundamento dos Direitos Humanos.
Nós contamos com a Guiné Bissau para a consolidação da Lusofonia e dos Laços que nos unem!
A Comunidade Académica da ULG – Universidade Lusófona da Guiné vai continuar mobilizada para estes propósitos. Assim, no próximo ano, celebraremos o 16.º Aniversário com mais alegria e mais confiança no futuro.
Viva a Universidade Lusófona da Guiné Bissau!
Viva a Guiné Bissau!
Muito Obrigado!