Com um ano de idade, as crianças começam a dar os primeiros passos e a iniciar o processo de socialização, tal como o Projecto Empreendedor. Isso só é possível, devido ao interesse manifestado, desde o primeiro momento, pelo alunos e antigos alunos da Universidade Lusófona e das Instituições Associadas. Permitam-me, desde já, uma palavra de agradecimento a todos eles. Não só aos que se encontram em Portugal, mas também aos que se encontram em Angola, em Moçambique, na Guiné Bissau, em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe.
O sucesso deles é o nosso sucesso. Permitam-me que nomeei alguns casos de sucesso: a Maria de Jesus Ferreira, antiga aluna de Direito, que é Cônsul de Angola, no Porto; o Ary Brandão, antigo aluno de Economia, que é Manager da Deloit, em Luanda; o João Gomes, antigo aluno de Direito, que é Delegado do Ministério Público, em Bissau; o Faustino Varela, antigo aluno de Direito, que é Juiz de 1º Instância, no Sal; o Arlindo do Rosário, antigo aluno de Direito. que é Professor no ISPU, em Maputo. Podia citar muitos mais, pois já são perto de um milhar, mas o tempo escasseia, com certeza haverá mais oportunidades para o fazer.
Ao celebrarmos, hoje, o I Aniversário do Projecto Empreendedor, sabemos e sentimos que a proposta apresentada publicamente no dia 12 de Novembro de 2003, foi um primeiro passo que se revelou fundamental à introdução da palavra “Empreendedorismo” no vocabulário das Universidades Portuguesas. Hoje, o Empreendedorismo é notícia nos jornais e nas televisões e razão de acção de muitos dos académicos nacionais. Todavia, há um ano atrás, quando apresentámos o “Projecto Empreendedor”, a aposta foi vista, por muitos como uma utopia e por alguns como um desafio impossível. Deixem-me partilhar convosco este nosso modo de vida: Gostamos de andar sempre um passo à frente!
Quando em Outubro de 2002, a Universidade Lusófona elegeu como vector estratégico do seu Projecto Educativo, para o triénio 2002-2005, o “Empreendedorismo”, baseámo-nos na certeza de que é nosso dever dotar os nossos alunos e os nossos antigos alunos com as competências necessárias para poderem criar o seu próprio emprego, para poderem prosseguir, autonomamente, os seus sonhos e as suas aspirações.
O “Projecto Empreendedor”, aparece como o rosto mais visível das medidas implementadas, e consiste num programa de incentivos à criação de empresas, destinado a alunos e antigos alunos da Universidade Lusófona. Este projecto assume uma estratégia de incentivos de apoio ao “Empreendedorismo”, aplicada em 5 (cinco) pontos:
1. Informação;
2. Formação;
4. Consultoria;
5. Financiamento e
5. Assessoria Técnico-jurídica às Empresas
Garantimos, assim, apoio estrutural, através do espaço multi-serviços, criado em Novembro 2003, para albergar as empresas e prestar apoio técnico-consultivo assegurado por um grupo de docentes especialistas, oriundos dos Departamentos de Economia e Gestão, Ciências da Comunicação e Direito, nas várias componentes do Plano de Negócios.
Toda a linha de apoio tem lugar durante a criação das empresas e nos dois primeiros anos após a sua constituição.
Sempre em colaboração com os Departamentos Cientifico Pedagógicos, trabalhámos na divulgação do “Projecto Empreendedor” a todos os alunos e antigos alunos da Universidade Lusófona e Instituições Associadas. Com o objectivo de sensibilizar potenciais “Empreendedores” para a temática do auto-emprego, promoção de ideias e criação de empresas.
Trabalhámos e protocolamos com o Millennium BCP e com o BBVA – Banco Bilbao Vizcaya Argentaria a participação na análise do Capital de Risco dos projectos e a atribuição de condições preferenciais no financiamento às empresas do Projecto Empreendedor.
Em Maio, deste ano, lançámos o I Curso de Formação em Empreendedorismo e Criação de Empresas, uma aposta de formação, com o objectivo de preparar os Empreendedores para transformar ideias em Planos de Negócios. Amanhã, dia 13 de Novembro, serão apresentados, informalmente, os primeiros 10 projectos. Em Dezembro decorrerá a apresentação formal dos mesmos a potenciais investidores.
É com agrado que registamos a tomada de consciência dos nossos alunos, antigos alunos e de todos os parceiros que acreditaram e acreditam no Projecto Empreendedor. Recebemos mais de (duzentos) “Empreendedores” entre os alunos e antigos alunos que apresentaram ideias. Destas surgiram já (quatro) empresas com o apoio da Universidade e temos 11 (onze) projectos em avaliação.
No Mundo do Sec. XXI, que se define a si mesmo, como o Mundo Globalizado, que se assume como responsável pela Era Tecnológica, o Conhecimento tornou-se, incontestavelmente, na principal riqueza das nações, das empresas e das pessoas.
A Universidade, “Fonte de Conhecimento” por excelência, nem sempre é vista como origem das condições essenciais para a promoção do auto-emprego e para a criação de empresas.
Na Universidade Lusófona, entendemos que a Universidade deve assumir-se como “Fonte de Engenho, de Talento e de Criatividade” e é por essa razão que, em conjunto com as Instituições Associadas, investimos na promoção do “Empreendedorismo”, não como uma acção que está na moda, mas como uma nova definição de Emprego e “Empreendedorismo”, dicotomia indivisível. Quanto a nós este é um dos caminhos fundamentais para a construção de uma Cidadania Plena. Para nós, ambos são opções de saídas profissionais indissociáveis.
É isso que estamos empenhados em fomentar uma cultura de “Empreendedorismo” conducente ao Emprego e à estabilidade profissional. Que contribua para a empregabilidade dos recém-licenciados e, consequentemente, para o aumento da auto-estima e da inteligência emocional dos mesmos.
Mas o Projecto Empreendedor, não pretende ser apenas mais um projecto. Pretendemos que os nossos Empreendedores, ao criarem as suas empresas o façam, sabendo que estão a gerar riqueza, a gerar emprego e a aumentar o volume das contribuições à Segurança Social e em sede de IRS e de IRC, mas nunca dissociados de um sentido sério de Responsabilidade Social.
Os projectos que pretendem ser projectos de Futuro e com Futuro, só o poderão ser se o Empreendedor compreender e aceitar a interdependência da empresa com o meio. Uma sociedade moderna compreende empreendedores que sintam que o desenvolvimento sustentado é uma condição sine qua non duma sociedade moderna e com elevados níveis de desenvolvimento.
Os projectos com Futuro são aqueles que assentam em valores; que apostam numa vontade firme de progresso; numa visão a longo termo, baseada na responsabilidade face às gerações futuras; que assumem o princípio de precaução como regra de decisão; que realizam uma prática regular de diálogo e de consulta de todas as partes envolvidas, incluindo sobre os temas mais delicados; que não deixam de parte uma vontade de informação e de transparência e, por fim que têm a capacidade de responder pelos seus actos e de prestar contas sobre as consequências directas e indirectas da sua actividade.
É certo que contamos já com algumas pequenas vitórias, fruto do trabalho desenvolvido no último ano. Contudo, são muitos os entraves que se colocam aos Empreendedores quando se propõem passar da ideia à constituição de uma empresa. Realço duas:
– As burocracias das entidades que apoiam a criação de empresas são de tal forma complexas e densas que os jovens “Empreendedores” são mais depressa dissuadidos do que incentivados a prosseguir para a criação das suas empresas;
– O financiamento às empresas continua em suspenso – não se empresta porque um jovem empresário não pode dar garantias.
Também a Universidade, para implementar o projecto em todas as suas dimensões se depara com entraves, sendo o primeiro a inexistência de programas e de informação de apoio à criação de empresas especialmente concebidas para as Universidades.
A Universidade Lusófona desenvolveu várias acções, com o objectivo de minimizar estas dificuldades. Por um lado protocolou com Entidades Financeiras os acordos possíveis que permitam aos nossos Empreendedores obter financiamento para os seus projectos; por outro lado, estabeleceu parcerias que nos permitem obter toda a informação actualizada quer ao nível dos procedimentos formais, quer ao nível de programas de apoio a projectos e empresas.
Mas muito há a fazer e a desenvolver para que o Empreendedorismo e o apoio ao Empreendedorismo obtenham resultados traduzíveis em redução do desemprego e crescimento económico.
Gostaria, ainda, de reflectir convosco sobre as possibilidades de redução ou de eliminação dos entraves ao Empreendedorismo:
Na Universidade Lusófona, vamos continuar com o Projecto Empreendedor:
– Com as acções de informação e motivação aos nossos alunos e antigos alunos;
– Com a introdução de uma disciplina de Empreendedorismo comum a todas as Licenciaturas;
– Com a procura permanente de mais fontes de informação e de apoio.
– Com a II Edição do Curso de Formação em Empreendedorismo e Criação de Empresas, com novos conteúdos, com uma maior colaboração com as empresas e com a participação de empresários, também eles Empreendedores.
Agradecemos ao BBVA – Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, a atribuição de um prémio pecuniário ao aluno com o melhor plano de negócios;
Todavia acreditamos que podemos ir mais além, se a nível nacional forem criadas as condições base, nomeadamente, a Criação do Fundo de Garantia e Apoio à Criação de Empresas, especificamente, concebido para os projectos nascidos nas Universidades, previsto no Orçamento Geral do Estado.
A atribuição deste Fundo, seria tutelada pelas entidades bancárias, capacitadas para analisar planos de negócios, criados nas Universidades e libertar os meios financeiros necessários para a materialização dos negócios.
Até agora, na óptica das entidades bancárias existem duas condicionantes para a libertação dos meios financeiros, por um lado a viabilidade dos negócios, consubstanciada no plano de negócios e, por outro lado a garantia do empréstimo.
Nesta área a Universidade Lusófona, já deu um passo em frente, como referimos anteriormente, ao conseguir protocolar com duas entidades bancárias (BBVA – Banco Bilbao Vizcaya Argentaria e Millennium BCP) a apresentação e análise conjunta dos planos de negócios, elaborados ao abrigo do Projecto Empreendedor, e numa segunda fase criar as condições favoráveis à cobrança de uma taxa de juro preferencial aos planos de negócios aprovados.
Mas, apesar de podermos garantir os melhores projectos, o problema apresentado pela banca, continuará a ser o mesmo: a garantia de um empréstimo. Este problema é ainda maior quando falamos de recém-licenciados, que apresentam excelentes ideias, mas que não dispõem de rendimentos para avalizarem a possibilidade do empréstimo, nem dispões de garantias reais.
A possibilidade de existência de um Fundo de Garantia, tem sido colocada às entidades bancárias na perspectiva de poderem, assim, garantir um empréstimo, com taxas de juro bonificadas, de modo a concretizar os planos de negócios.
Entendemos, que existindo este Fundo de Garantia, as entidades bancárias, poderão assegurar a libertação de meios financeiros que suportem a criação e o desenvolvimento das empresas.
O Fundo de Garantia, previsto no Orçamento Geral do Estado, poderá ser reposto e, eventualmente, crescer com as contribuições das empresas recém-criadas, resultantes do pagamento das contribuições sociais (Segurança Social e IRC) e claro, pela riqueza que irão gerar no nosso País.
Esta é a nossa proposta e nosso desafio para os próximos meses. Acreditamos que podemos marcar a diferença.
Se há 14 anos a Universidade Lusófona introduziu a palavra “Lusofonia” no vocabulário corrente, com um Projecto de Ensino virado para o progresso social e a prossecução do Conhecimento em Países e povos do Espaço Lusófona, que partilham entre si o mais nobre e duradouro dos laços: a Língua Portuguesa, dando, assim, primeiro passo no apoio à formação dos povos de Língua Portuguesa.
Em 2003 iniciámos uma nova aposta e estamos determinados a fazer do “Empreendedorismo” o ponto de partida para o sucesso dos nossos alunos, quer estejam em Portugal ou em qualquer outro ponto do Espaço Lusófono.
Por fim, cumpre-me anunciar que o site do Projecto Empreendedor já está on-line, o que nos coloca mais perto de todos.
Um agradecimento, muito especial, ao Senhor Eng. Belmiro de Azevedo, pela sua presença hoje connosco mas, fundamentalmente, pelo seu exemplo. O seu sucesso é um incentivo para sermos cada vez melhores.
À Dra. Fátima Campos Ferreira, que hoje está connosco nesta comemoração, o nosso carinho e apreço pela atenção que dedicou, desde o primeiro momento, ao Projecto Empreendedor.
Um palavra aos nossos parceiros: queremos agradecer ao BBVA – Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, na pessoa do seu Director, António de Sousa e Andrade, ao MillennuimBCP, na pessoa do Director Adjunto João Mendonça, ao IAPMEI, ao IEFP e ao Banco de Portugal pelo apoio prestado ao Projecto Empreendedor, o sucesso desta iniciativa não seria possível sem a vossa participação.
Finalmente, uma palavra de elogio aos nossos empresários, pelas ideias prosseguidas e entretanto concretizadas. À Clickdoc, à Tetraqual, à Biokil e à Diverge — os nossos parabéns! Vocês são motivo de orgulho para a Universidade Lusófona e para todos os Estudantes Universitários, que ao olhar para a vossa determinação começam a compreender que é possível ser Empreendedor em Portugal. Contamos com a vossa iniciativa, assim como podem contar connosco para apoiar a vossa caminhada rumo ao sucesso.
Para terminar, permitam-me ainda, um agradecimento final à Administração desta Universidade, que desde o primeiro momento, apoiou esta Direcção na concretização deste Projecto. Não apenas através do financiamento, mas fundamentalmente, pelo incentivo permanente nas dificuldades que surgiram no último ano. À Reitoria, pela disponibilidade sempre manifestada.
Um agradecimento a todos os elementos da minha Direcção, em especial ao Miguel Reis, Coordenador do Projecto Empreendedor e grande entusiasta desta causa.
Muito obrigada pela Vossa atenção.
Bem hajam!