De todas as vezes que o fizemos partimos do pressuposto inilidível que é para a Sociedade, seja em termos globais ou locais, útil[1] ter cidadãs e cidadãos empoderados através de competências empreendedoras que os transformam literalmente em agentes de mudança, independentemente do setor de atividade onde se inserem, quer seja em termos educacionais, científicos, bem como no domínio da investigação, quer seja em termos laborais enquanto trabalhadores dependentes em empresas ou a atuarem em organizações da economia social.
Mas como podemos querer que todas estas pessoas sejam empreendedoras se a maioria dos empregadores em Portugal tem um grave problema de qualificações e, apresenta, regra geral, iguais ou qualificações inferiores aos seus subordinados, o que condiciona claramente o espírito empreendedor dentro das empresas?
De acordo com o Estudo Económico sobre Portugal – 2019[2] apresentado no início do ano pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) esse é um dos problemas mais sensíveis do nosso tecido empresarial e que deveria merecer a consolidação da aposta na Educação de Adultos, assim como, na Formação ao Longo da Vida.
No ISG – Instituto Superior de Gestão temos a preocupação de ensinar aos nossos estudantes, ao longo das diferentes unidades curriculares dos vários programas de licenciatura e de mestrado a apreenderem que numa Organização deveremos ter sempre uma perspetiva bottom- up. Se queremos que todos se sintam e sejam efetivamente ouvidos, se almejamos trazer o Diálogo Social do ordenamento jurídico para o dia a dia empresarial, temos que ensinar que para além do tradicional top-down também a abordagem bottom-up se tem que tornar tradicional e óbvia!
Falamos tanto do Povo e que as conquistas dos Estados de Direito, Livres e Pluralistas visam promover os Direitos, Liberdades e Garantias desse Povo e esquecemos que para que essa mesma Democracia tenha oxigénio e seja próspera precisa que o Povo viva numa Sociedade Desenvolvida, Justa, Solidária, Equitativa e promotora da Igualdade.
Entendemos que numa Escola de Gestão devemos ensinar os futuros gestores e economistas que para haver um Povo que não tenha necessidade de outra Revolução Francesa é preciso promover o diálogo e a concertação a todo o tempo e ensinar que todas e todos temos o direito de querer fazer aquilo que sempre quisemos ser!
Com uma maior aposta em Programas de Formação Avançada, com a requalificação dos dirigentes do nosso tecido empresarial, que como sabemos é constituído maioritariamente por PME’s, é certo que teremos uma economia mais competitiva e um país mais rico!