A visão tradicional de que a educação está confinada aos primeiros anos de vida, seguida por um percurso profissional estável e linear, tornou-se obsoleta face à crescente complexidade e imprevisibilidade do mercado de trabalho.
Este imperativo está claramente refletido no Relatório Draghi sobre a Competitividade da Europa, que destaca a necessidade de um investimento estrutural na atualização e reconversão contínua das competências da população, em resposta à globalização, transição digital, alterações climáticas, mudanças demográficas como o envelhecimento da população e o aumento da mobilidade internacional. O relatório sublinha a importância da educação e formação como pilares fundamentais de um modelo económico mais competitivo, sustentável e socialmente coeso.
Neste contexto, a educação e formação profissional (EFP) surge como um instrumento estratégico para o reforço do capital humano, promovendo a igualdade de oportunidades, a inclusão social e a resiliência económica. A sua importância está consagrada em quadros políticos fundamentais como o Pilar Europeu dos Direitos Sociais e o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4, ambos reconhecendo a aprendizagem ao longo da vida como um direito fundamental e uma condição essencial para uma cidadania ativa e qualificada.
A implementação de modelos pedagógicos flexíveis, inovadores e centrados no estudante, conforme defendido pela Agenda Europeia para as Competências, é atualmente uma prioridade para as instituições de EFP, que enfrentam o duplo desafio de responder às exigências técnicas e tecnológicas do mercado de trabalho, ao mesmo tempo que atendem às necessidades emocionais e sociais dos seus alunos.
Artigo disponível, na íntegra, na EfVET Magazine de junho de 2025.
