Teresa Damásio, administradora do Grupo Ensinus, que integra o maior grupo de ensino de língua portuguesa no mundo, o Grupo Lusófona, antiga deputada e presidente das Mulheres Socialistas da FAUL do PS, reflete sobre a educação, a igualdade e o estado do país em geral em “O Estado das Coisas”. A também presidente do Conselho de Administração da Universidade Lusófona da Guiné-Bissau e membro do Conselho de Administração do ISUPE Ekuikui II, em Angola dá-nos a sua perspetiva sobre a lusofonia e o papel da educação na cooperação entre Portugal e África. Com chancela da Oficina do Livro, “O Estado das Coisas” está à venda nas livrarias de norte a sul do país.
Descreva-nos “O Estado das Coisas” em algumas palavras e uma imagem
A capa do livro foi pensada com aqueles tons e com aqueles desenhos porque significa o mar, a água, que nos liga a nós! A Lusofonia é um património imaterial dos povos lusófonos, dos povos que falam e que se entendem na língua portuguesa, língua essa que é diversa e que é falada com vocábulos díspares em diferentes continentes e, portanto, o mar leva-nos para todos esses portos, onde vamos de barco. E, por isso, há vários barcos e com o mar temos sempre o céu.
Este livro transporta energia, transporta querer, transporta saber, transporta resiliência e determinação.
O que a levou a escrever este livro? Que importância lhe atribui?
Escrevi crónicas ao longo de vários anos, papers e discursos sempre à volta da educação, da lusofonia, do empreendedorismo e da igualdade de género e de oportunidades. Considerei que era importante ter um livro e publicá-lo com todas estas crónicas organizadas, naturalmente de forma temática, para terem uma ordem e para, em termos metodológicos, conseguir mostrar, transportar e expressar aquilo que para mim é fundamental. À volta de todo o livro e de todas estas crónicas está sempre a Política como um eixo estratégico e uma trave mestra para todos estes temas que fazem parte da obra. Aquilo que eu espero para o leitor é que encontre uma bússola para a sua vida. E nós, na nossa vida, devemos ter sempre, em primeiro lugar, um plano, em segundo, propor objetivos e, por último, traçar metas para os alcançar. Vivemos em sociedades, somos seres gregários e, portanto, a política é aquilo que nos organiza e nos orienta.
Sem educação não há uma sociedade democrática livre e pluralista. Sem igualdade de género e de oportunidades não alcançamos a equidade, a justiça social e a fraternidade. A Lusofonia é o espaço imaterial em que os portugueses se encontram com todos os povos que falam a língua portuguesa. Aquilo que eu aconselho é que todas as pessoas escrevam, passem para o papel os seus pensamentos, aquilo que gostariam de ser e que gostariam que o mundo fosse e qual o seu papel neste mundo. É isso, que para mim, representa o “Estado das Coisas”.
Entrevista publicada na íntegra no Jornal Económico no dia 22 de maio de 2025