Factos da População Mundial
Dizem-nos as Nações Unidas, no Statistics and indicators on women and men[1], de Dezembro de 2008, que a população mundial é de seis mil setecentos e sessenta e três milhões, cento e quarenta e seis mil e setecentos (6.763.146.700), dos quais três mil trezentos e cinquenta e seis milhões trezentos e setenta e um mil e oitocentos (3.356.371.800) são mulheres e três mil quatrocentos e seis milhões setecentos mil e novecentos (3.406.700.900) são homens.
Factos da Esperança Média de Vida
De 2005 a 2010 prevê-se uma Esperança Média de Vida mundial, em números totais, de 68.6 anos. Para os Homens esse valor é de 66.5 e para as Mulheres é de 70.8 anos.
Na Europa Ocidental o total é de 79.2 anos. Os Homens têm uma esperança média de vida de 76.2 e as Mulheres de 82.0 anos. Para Portugal, 75 anos para os Homens e 81 anos para as Mulheres.
Factos da Saúde
Em 2007, em Portugal, as estatísticas indicam-nos que dos trinta e quatro mil (34.000) infectados com o HIV/SIDA, 28% são Mulheres.
Factos do Trabalho
Em Portugal, quando falamos em emprego, temos que ter consciência que do total de trabalhadores, 77% são Mulheres e 74% são Homens. Os empregadores estão divididos em 3% para Mulheres e 7% para Homens, dos trabalhadores por conta própria 17% são Mulheres e 18% são Homens.
Um dado curioso, as Mulheres Legisladoras e Gestoras, em Portugal são de 32%, quando a percentagem total na Europa Ocidental é de 6,5%. Nas estatísticas referentes ao desemprego em Portugal, 10% são Mulheres e 7% são Homens. De acordo com a OIT, em 2009 haverá no Mundo 22 milhões de Mulheres sem emprego.
Factos da Educação
No que concerne à educação, os números não são animadores. O Relatório “Education for All Global Monitoring Report 2009”[2], publicado pela UNESCO, a 25 de Novembro de 2008, em Paris, diz-nos que em 2006 o número de habitantes no Mundo é de seis mil quinhentos e setenta e oito milhões cento e quarenta e nove mil (6.578.149). O Relatório refere que cerca de 776 milhões de adultos (16% da população mundial) não possuem alfabetização básica; dois terços são Mulheres[3].
De acordo com os Objectivos do Millenium[4] em 2015 ainda haverá setecentos milhões de adultos analfabetos. Em Portugal, ao nível do Ensino Superior, os números indicam-nos que 55.2% dos estudantes são Mulheres.
Factos das Instituições do Grupo Lusófona e Grupo Ensinus
Nas Instituições de Ensino Superior do Grupo Lusófona/COFAC/Universidade Lusófona, num universo de 13 714 estudantes, 6 830 são Mulheres e 6 884 são Homens.
Na prossecução dos seus objectivos, contamos com a colaboração técnico-administrativo de 213 Mulheres e 133 Homens. O nosso corpo Docente é composto por 346 Mulheres e 704 Homens.
Nas Instituições do Grupo Ensinus, num universo de 2.937 estudantes, 1085 são Mulheres e 1852 são Homens. Na prossecução do nosso objectivos, contamos com a colaboração técnico-administrativo de 74 Mulheres e de 34 Homens. O nosso corpo Docente é composto por 166 Mulheres e 152 Homens.
As diferenças biológicas entre o Homem e a Mulher são reais, mas não podem servir de pretexto para subordinar e inferiorizar a Mulher. É determinante ter consciência que hoje, como em 1857 — quando as mulheres empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil em Nova Iorque, protestavam sobre as más condições de trabalho e reduzidos salários e foram trancadas no interior da fábrica pelos patrões e pela polícia.
Estes mesmos atearam fogo no prédio. 129 Trabalhadoras morreram carbonizadas – hoje, como nessa altura a Mulher continua a ser tratada de forma diferenciada.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de Agosto de 1789 e a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 10 de Dezembro de 1948, abrem-nos as portas a um novo olhar sobre o Mundo e sobre os Cidadãos – já não há lugar para a marginalização, nem para a exclusão e muito menos para o domínio ou exploração de uma pessoa por outra, seja qual for o estatuto que se queira adoptar.
Embebidos nesse espírito, aboliu-se a Escravatura, declarou-se a Igualdade do Homem e da Mulher, adoptou-se no artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem – “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
Já na antiguidade clássica, ou greco-romana, o poeta Terêncio sintetizou de modo claro esta filosofia humanista no seu verso: “Homo Sum Humani a Me Nihil Alienum Puto”. Em tradução livre: sou homem e nada do que seja humano é estrangeiro para mim. É assinatura da Universidade Lusófona e Princípio sempre presente em tudo o que fazemos em cada dia.
Esta conferência, que marca na Universidade Lusófona a Celebração Oficial do Dia da Mulher, pretende lembrar-nos que actualmente a forma de estarmos no Mundo e de vivermos o Mundo, pode conduzir-nos ao risco de transformar o 8 de Março em mais um dia de comércio, com flores… e cartões… e presentes… e frases feitas – bonitas e vazias a dizer tudo e coisa nenhuma.
Estamos à beira de celebrar o dia e esquecer a Mulher!
A sociedade encontra muitas justificações, a família, os horários, a fragilidade… Os pretextos são muitos, mas a verdade é que a discriminação continua.
Impera fazer memória das que deram a vida para chegarmos aqui. Reviver as que saíram e caíram nas ruas para que possamos trabalhar. Restaurar os gritos de fome de Liberdade e de Direitos. Restabelecer as razões para comemorar o dia e celebrar com dignidade a História e a Condição de Ser Mulher.
Bem Hajam!
[1] http://unstats.un.org/unsd/demographic/products/indwm/tab1a.htm
[2] “Education for All Global Monitoring Report 2009”
[3] http://www.un.org/millenniumgoals/
[4] http://www.un.org/millenniumgoals/