O INE publicou os números do desemprego em que foi atingida a percentagem mais baixa desde 2004(1). Tal dado deve deixar-nos a todos muito satisfeitos pois significa que Portugal cresceu e que houve, de facto, um desenvolvimento sustentável que teve como consequência o aumento do emprego. E, quando comparamos com os dados publicados pelo Eurostat, no passado dia 31 de janeiro, percebemos que estamos abaixo da média europeia(2) o que representa efetivamente uma ótima performance da economia portuguesa.
No entanto, quando observamos detalhadamente o impacto deste incremento dos postos de trabalho nos vários indicadores (população empregada e taxa de emprego – sexo e grupo etário) verificamos que continuam a ser os jovens os mais atingidos pelo desemprego. Ou seja, o desemprego juvenil atinge no nosso país um nível alto e desalinhado, ou não, com a reforma que se tem vindo a fazer no ensino nas últimas décadas.
Senão vejamos: a crer no que foi feito no ensino superior(3), assim como, a melhoria do ensino não superior(4) deveria ter tido como efeito a proliferação de emprego para todos os jovens que terminassem o ensino profissional e o ensino superior.
Mas verificamos que tal não sucede. Como tal, importa analisar o porquê desta taxa de desemprego jovem.
(1)
(2)The euro area (EA19) seasonally-adjusted unemployment rate was 8.7% in December 2017. In: http://ec.europa.eu/eurostat/documents/2995521/8631691/3-31012018-BP-EN.pdf/bdc1dbf2-6511-4dc5-ac90-dbadee96f5fb
(3)A implementação da Declaração de Bolonha foi das maiores reorganizações que se fez em Portugal e nos restantes Estados-membros no final da década de noventa do século passado e com repercussões na atualidade e para as gerações vindouras.
(4)Com o alargamento da escolaridade obrigatória e a restruturação da Rede do Pré-Escolar, bem como, o Projeto da Autonomia e da Flexibilidade Curricular.